quarta-feira, 5 de maio de 2010

Nego Fugido


Escrevo sobre o curta Nego Fugido porque me incomoda. Com direção de Cláudio Marques e Marília Hughes Guerreiro a produção baiana deixou a desejar no ponto da não objetividade. Embora haja alguns que arrisquem neste sentido e correspondam as devidas expectativas – é muito delicado fazer algo fora do comum.
O texto visual nos permite entender que dois jovens decidem encarar um ritual – nego fugido- com uma câmera filmadora. A cena se passa no interior da Bahia – subentende- se pelo aspecto rural -, enquanto a pesquisadora filma toda a trajetória percorrida o seu companheiro é puxado para a cena sem pretensão pelo chefe do ritual, cujas características são bem singulares. Uma saia feita com folhas de bananeira, o rosto mascado por uma tinta preta que em conjunto com a língua pintada de vermelho dá um tom meio tenebroso. Entre a música no ritmo de candomblé e as cenas dançantes dos personagens ficamos com a testa franzida em busca por uma resposta que ficou solta no ar, ou quem sabe essa resposta nem exista. Talvez a proposta dos produtores sejam mesmo essa, Incomodar.

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